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Além de atuações memoráveis, Olivia Havilland lutou contra o sistema dos estúdios de Hollywood e foi pioneira na defesa dos direitos dos atores. |
Nascida em 1 de julho de 1916, na cidade de Tóquio, Japão, ela é filha da também atriz Lillian Fontaine. Sua irmã mais nova, Joan de Havilland, conhecida mundialmente pelo nome artístico de Joan Fontaine, tornou-se uma das mais admiradas estrelas do cinema. Ambas permanecem até hoje como as únicas irmãs a terem sido premiadas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas - Havilland também é um dos poucos nomes a ter recebido duas estatuetas do Oscar na categoria de Melhor Atriz.
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Olivia posa ao lado da irmã mais nova, Joan Fontaine. |
A Warner levou em consideração a quantidade de suspensões da atriz e registrou que eles poderiam adicionar cada afastamento no seu tempo de trabalho. A atriz respondeu que o contrato era para um período de sete anos, não para o período gasto na função. O Juiz da Corte Superior concordou com ela, mas Havilland precisou voltar ao tribunal para obter a garantia de que ela poderia trabalhar em outro estúdio, sem a interferência da Warner. Novamente, ela foi bem sucedida.
Mas quem diria que Havilland seria responsável por mudar radicalmente o jogo? A decisão judicial ficou conhecida como "Decisão De Havilland", por meio da qual originou-se a Lei De Havilland, que foi uma das mais significativas e de grande alcance em Hollywood. Com isso, a atriz tornou-se pioneira na defesa dos direitos dos atores. Sua vitória foi celebrada por seus colegas da indústria cinematográfica, entre eles a sua própria irmã, Joan Fontaine.
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Havilland em cena do clássico "...E o vento levou" (1939) |
Os executivos de Hollywood também costumavam enviar fofocas para a imprensa sobre a vida privada dos artistas. Em troca de favores, as estrelas aceitavam qualquer proposta submetida pelo estúdio. Assim como Havilland, muitas estrelas foram suspensas por recusar papéis, como Humphrey Bogart, Joan Crawford e Clark Gable. A atriz Bette Davis também teve disputas legais com a Warner Bros. sobre seu contrato de trabalho, mas Havilland foi a única a desafiar todo o sistema - e ganhar.
Após receber duas estatuetas do Oscar, a carreira da atriz começou a prosperar: ela venceu o prêmio por "Só Resta uma Lágrima" (1946) e "Tarde Demais" (1949). Havilland continuou a trabalhar no cinema e teve várias atuações elogiadas, incluindo "A Cova da Serpente" (1948), "Eu te matarei, querida" (1952), "Luz na Praça" (1962) e "Com a maldade na alma" (1964), entre outros filmes.
Neste período, os estúdios sofreram um golpe fatal com o surgimento dos "guilds", alianças criadas para proteger os artistas de Hollywood e que estão em vigor até hoje. O cinema norte-americano também sentiu o impacto da popularização da televisão em 1950, que mudou para sempre o hábito dos espectadores.
Ela também foi uma das primeiras e grandes artistas do cinema a migrar para a televisão - seu último trabalho como atriz foi justamente num filme feito para a telinha: "The Woman He Loved" (1988). Atualmente, Havilland vive na França. Ela é a única sobrevivente entre as estrelas do clássico "...E O Vento Levou" - Vivien Leigh morreu em 1967, anos depois de Leslie Howard, Hattie McDaniel e Clark Gable.
Em novembro de 2008, o presidente George W. Bush entregou a Medalha Nacional de Artes para Havilland. Aos 94 anos, ela também foi homenageada na França com a nomeação de "Chevalier" da Légion d'honneur, concedida por Nicolas Sarkozy.
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