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Simón Bolívar promoveu campanhas militares que cobriram o dobro do território de Alexandre, O Grande. |
O filme é a mais recente colaboração entre Édgar Ramirez e o diretor venezuelano Alberto Arvelo. A dupla já trabalhou no longa "Cyrano
Fernandez", lançado em 2007. “Libertador” é um drama histórico
grandioso e competente, que narra quase três décadas de acontecimentos
tumultuosos. Ele foi o representante da Venezuela no Oscar 2015, na
categoria de Melhor Filme Estrangeiro, mas não recebeu a indicação.
Além
dos esforços militares de Bolívar, “Libertador” também retrata fases de amor
perdido e traições. A
primeira parte do filme mostra o lado família de Símon Bolívar e seu relacionamento apaixonado com a esposa, Maria
Teresa (interpretada
pela delicada Maria Valverde). Porém, tristes circunstâncias transformam a
vida de Bolívar e um reencontro com seu antigo professor, em
Paris, o coloca novamente no caminho revolucionário,
do sonho de uma América do Sul
independente.
Filmado na Venezuela e na Espanha, o filme conta com belos cenários
– dos castelos europeus à Floresta Amazônica. O roteirista Timothy J.
Sexton, Alberto Arvelo
e Édgar Ramírez não mediram esforços para assegurar que a imagem do personagem principal seja sinônimo
de carisma e coragem. Mas o Bolívar retratado no filme não apresenta a audácia
que esperamos de um herói dos livros de história. Por outro lado, ele também não é colocado em
um pedestal, imune de qualquer tipo de questionamento. É um detalhe que depende do
ponto de vista de cada espectador.
"Libertador" tem todos
os atributos de uma grande biografia, porém existem
alguns momentos em que o filme parece impessoal. Não conheço com profundidade o trabalho de Alberto Arvelo, mas a minha impressão é que o
diretor ficou intimidado com a importância da história. Ele tomou decisões
cuidadosas e não conseguiu deixar uma marca imponente para combinar com a
grandeza de Bolívar.
Édgar Ramírez fez um ótimo trabalho na pele de Simón Bolívar. Ele conseguiu explorar o idealismo,
a bravura, os sentimentos e a liderança dentro do
personagem. Não existe uma entrega de corpo e alma por parte do ator, mas sua
atuação é completamente convincente. Ele conquista a atenção do espectador imediatamente
e prova porque é uma das grandes exportações da América do Sul em Hollywood.
A
história de Bolívar é repleta de contratempos
e o filme não conseguiu percorrer todos eles com a dedicação necessária.
Acredite se quiser, mas os 119 minutos de duração não foram suficientes.
“Libertador” aborda brevemente as complicações da vida de Bolívar após se tornar um governante,
mas a mensagem final do filme é tão nobre quanto a luta do personagem: existem
algumas batalhas que valem a pena lutar.
Sua opinião é muito importante!