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Indicado a 2 Oscars, melhor filme e canção original, “Selma” é estrelado por David Oyelowo, Carmen Ejogo, Tim Roth, Giovanni Ribisi, Tom Wilkinson e Oprah Winfrey. Veja também: 10 curiosidades sobre o filme. |
Há muita polêmica cercando a falta de diversidade no cinema
e as indicações ao Oscar em 2015. Na última temporada, o filme que levou a
estatueta foi “12 Anos de Escravidão”, um longa sobre o triste histórico da
escravidão nos Estados Unidos. Igualdade racial, preconceito e escravidão são
temas recorrentes no cinema. “Selma” provou que os desafios mostrados no filme
permanecem atuais, um bom exemplo é a revolta na cidade de Ferguson, nos
Estados Unidos.
Neste ano, “Selma” é o grande representante da diversidade,
com a cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King
Jr (David Oyelowo). O filme acompanha a busca de direitos eleitorais iguais
para a comunidade afro-americana e a marcha realizada por King, entre as
cidades de Selma e Montgomery, em 1965.
O roteiro original foi escrito por Paul Webb e despertou o
interesse de diversos diretores, como Michael Mann, Stephen Frears, Paul
Haggis, Spike Lee e Lee Daniels. O filme possui o selo de aprovação de Oprah
Winfrey e Brad Pitt, dois dos produtores de “Selma”. O lançamento não
poderia acontecer em uma época tão conveniente, antes do aniversário de 50 anos
da marcha história no Alabama.
Com um orçamento de $20 milhões, Ava DuVernay foi a diretora
escolhida para o projeto. “Selma” não segue o padrão de outras biografias. DuVernay capturou o movimento de luta pelos direitos
eleitorais por inteiro, mostrando a gravidade dos fatos, o moralismo e a
inteligência por trás das marchas que aconteceram na cidade de Selma. A
diretora também enfatizou a maestria de King em organizar sessões estratégicas
e o espírito das marchas pacíficas.
Mesmo com cenas de extrema violência, a brutalidade
apresentada na tela é apropriada para tentar reproduzir o que foi o famoso “Bloody
Sunday”. Na cena onde os manifestantes foram atacados na ponte, DuVernay
trabalhou com o efeito produzido pela nuvem de gases
lançados no ar. A câmera capturou o desespero dos manifestantes com muito realismo, não é fácil encarar de frente aquele batalhão de policiais com sangue nos olhos e nas mãos.
O ponto fraco de “Selma” é os bastidores das negociações com
o presidente. Historiadores afirmam que a hesitação de Lyndon Johnson não é verídica, ele sempre apoiou o movimento de King. Outro destaque é a cena onde Tom Wilkinson
confronta o personagem de Tim Roth, um governador racista do Alabama. Ambos estão ótimos em seus papéis de coadjuvantes, mas quem realmente rouba a cena é o
protagonista.
David Oyelowo é de origem britânica
e admitiu que o seu sonho sempre foi viver King no cinema. Seu pedido foi atendido
e mal posso esperar para ver qual será o próximo passo deste ator, esnobado durante as indicações ao Oscar. Ele trouxe sutileza, confiança
e carisma para o papel, e conseguiu explorar o poder de oratória de King
com maestria.
A trilha sonora é divina. É praticamente um personagem
do filme, feita sob medida para arrancar suspiros. “Glory”
é a canção principal e a grande favorita ao Oscar em 2015. Os autores, John Legend e
Common, também são os intérpretes da música e provavelmente levarão a estatueta para casa.
“Selma”
é um dos filmes de maior impacto da temporada. Mesmo
aqueles que conhecem a história de King e da luta na cidade de Selma,
serão surpreendidos. O filme mantém um clima de suspense constante e também não pretende
dar uma lição de moral em seus espectadores. Desde o primeiro instante,
você percebe a
seriedade do assunto e o comprometimento em homenagear todos os
envolvidos
neste movimento histórico.
Veja também: Top 10 - Curiosidades sobre o filme "Selma"
Veja também: Top 10 - Curiosidades sobre o filme "Selma"
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