‘A Bela e A Fera’ (La belle et la bête) é uma história
atemporal, conhecida mundialmente e não deve ser fácil para um diretor
apresentar uma versão inovadora. O filme de Christophe
Gans segue um caminho próprio,
diferente da bela versão lançada em 1948 e dirigida por Jean Cocteau.
A versão atual também passou longe do filme apresentado pela
Disney em 1991. Mas não há dúvidas que o novo
filme é um verdadeiro banquete para os olhos. Ele ganhou uma dose generosa de
efeitos especiais, com cenas deslumbrantes e mostrou o potencial do cinema
francês em produzir filmes da categoria.
‘A Bela e A Fera’ é o filme mais importante da carreira de Christophe
Gans (O Pacto dos Lobos e Terror em Silent Hill). Não é fácil avaliar o
estilo desse cineasta, pois ele possui uma filmografia compacta e irregular. Talvez a
agressividade presente em seus filmes anteriores seja seu traço principal.
Os efeitos especiais são o maior trunfo de ‘A Bela e A Fera’, mas também são sua maldição. Com um visual tão espetacular, as
falhas ficaram ainda mais evidentes. Só para começar, a narrativa não ganhou a
mesma qualidade. Christophe Gans depende do conhecimento prévio do espectador para
preencher as lacunas que o roteiro não conseguiu
trabalhar.
A versão de Gans é agressiva e sai do gênero família. O
relacionamento entre a Bela e a Fera não trouxe a simpatia que as versões
anteriores proporcionaram ao espectador. É claro que as presenças de Léa
Seydoux e Vincent Cassel enriqueceram o filme, afinal estamos falando sobre os
astros mais badalados da França. Mas é preciso lamentar a falta de química
entre oa atores e o número de vezes em que dividiram a tela.
Em vários momentos do filme, Seydoux e Cassel são apenas
duas figurinhas confusas e perdidas no mundo fantástico de Christophe Gans.
Eles não conseguiram sair do óbvio e pareciam estar de mãos atadas pela direção
e pelo roteiro.
A minha impressão é que o roteiro foi alterado inúmeras
vezes durante o processo. Gans deu muita importância para a família disfuncional de Bela e não trabalhou a dinâmica entre os protagonistas. Diferente das
versões anteriores, Gans mostrou que esse conto de fadas é profundamente
triste, mesmo com o seu final feliz.
O grande problema do filme é a falta de foco do roteiro. O interesse da Bela
pela Fera não faz sentido nesta adaptação, pois faltou aquela boa dose de
romance. Quando falamos de ‘A Bela
e A Fera’, a primeira coisa que lembramos é o amor vivido entre os personagens e é difícil entender como o diretor não priorizou seus protagonistas.
Vale a pena ver o filme? Depende das suas
expectativas e do seu conhecimento sobre a história. Se você já é fã do conto
de fadas (como eu), vai se decepcionar com a veia adotada pelo diretor. Mas
para não detonar completamente com o trabalho de Gans, ele conseguiu mostrar
novos detalhes da história, que muitos não devem conhecer.
Acho que Gans foi vítima da sua própria ambição. Ele dirigiu
um filme visualmente espetacular, com criaturas gigantes, e é possível imaginar a
dificuldade que a produção enfrentou no meio do caminho. Mas todos esqueceram de valorizar
aquilo que sempre deixou as pessoas encantadas com a história: o romance improvável dos personagens.
Puxa puxa puxa....queria muito mesmo ver esse filme, pois nada como ver nossos contos de fadas favoritos com gente de carne e osso....mas não sei se ganhará a mesma posição que Malévola por exemplo. Mas como vc disse, já imaginava, parecem lindos cenários e tudo grandioso, mas o romance deles é o melhor de tudo né?
ResponderExcluirbjs
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